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Atualizado: 7 de nov. de 2018


Nessa primeira conversa decidimos definir o chamado "Revenge Porn", também conhecido como Pornografia de Vingança. Provavelmente você já deve saber do que se trata, mas a nossa proposta é tirar o assunto do senso comum e trazer informações mais atuais pra você, leitor.


A Pornografia de Vingança é uma das espécies de exposição pornográfica não consentida, provocada com um único propósito, a vingança.

A internet nos oferece hoje uma velocidade de informação que facilita a disseminação desse tipo de conteúdo. Em poucos segundos, um estrago imensurável é feito. Cresce a cada dia o número de vazamentos de imagens íntimas pela internet, o que fez do revenge porn um dos principais crimes cibernéticos. De acordo com a instituição Safernet, em 81% dos casos a pornografia de vingança atinge mulheres, com idades entre 12 e 30 anos. Por esse motivo passa a ser não somente um crime na web, como também um crime de violência de gênero.

Estudos apontam o término de relacionamentos como causa mais comum da divulgação dos nudes. Outros motivos, como perfis falsos, sentimento de revanche por parte de conhecidos e chantagem emocional, também foram listados como causas motivadoras do revenge porn.


Hoje, vazar o nude alheio sem permissão já é crime. Segundo o projeto de lei aprovado no senado brasileiro em 2017, a pornografia de vingança prevê de 2 a 4 anos de reclusão mais multa para quem vaza o conteúdo. Além disso, o indivíduo pode responder por crime contra a honra, ameaça, violência contra a mulher (lei Maria da Penha), pornografia infantil (se caso a vítima apresentar idade inferior a 18 anos), invasão não consentida de dispositivos eletrônicos (lei Carolina Dieckmann) e até mesmo estupro coletivo.


Ainda assim, existe um longo caminho a ser percorrido quando se trata da proteção das vítimas. Algumas páginas já oferecem medidas protetivas mais eficazes para o combate a essa prática, permitindo que aquele conteúdo seja removido da plataforma. Apesar disso, como os inúmeros compartilhamentos por meio dos diversos veículos ainda é uma realidade, é importante relembrar que uma vez publicado, jamais apagado.


Vivemos uma realidade na qual a esfera digital permitiu a banalização da nudez. Hoje, mandar o famoso "nude" é tido como algo comum, natural. Especialmente em relacionamentos afetivos, nos quais a relação de intimidade já foi construída. Sendo assim, que ordem é essa que estamos inseridos que trata a divulgação não consentida de um nude como motivo de degradação pessoal?


Hoje, o assunto "sexualidade" vem sendo tratado com menos tabus. Mas ainda assim é um tema que merece mais atenção. A educação sexual é um direito de todos e merece ser tratada com a devida importância.


A principal orientação é refletir sobre o que deve ou não ser registrado. E, caso se aventure, tenha sempre em mente que esse conteúdo pode ser usado com o intuito de ameaçar e constranger publicamente a imagem pessoal. Clique aqui e encontre medidas para melhorar a segurança da sua intimidade na net. Aconselha-se a não compartilhar ou consumir esse tipo de conteúdo nas redes. Não se cale, denuncie!





 
 
 

A exposição da intimidade na net marca vidas em escala global. Esse post traz ao conhecimento público informações sobre os danos sofridos pelas vítimas e familiares, afim de apresentar as sequelas deixadas pelo revenge porn.

Uma vez postado, o conteúdo jamais será apagado. Assim, a pornografia de vingança vem deixando mais vítimas ao longo dos anos, bem como fazendo delas verdadeiras reféns de uma possível nova onda de compartilhamentos.


Quando expostas, as vítimas podem sofrer com vários transtornos psicológicos e sociais, que deixam traumas permanentes. As vítimas podem desenvolver síndrome e ataques de pânico, depressão, pesadelos, crises de ansiedade e outros sintomas de estresse pós-traumático. Também são relatados a perda de oportunidades de emprego, perda de relacionamentos e interações pessoais, mudança de instituição educacional, de bairro, cidade e até país, na tentativa de conviver com os traumas sofridos.



Segundo pesquisa realizada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) em agosto de 2018 , o suicídio já é a segunda principal causa de morte em todo o mundo entre jovens de 15 a 29 anos. "Para a faixa etária de 15 a 29 anos, apenas acidentes de trânsito matam mais. E se você analisar as diferenças de gênero, o suicídio é a causa primária de mortes para mulheres neste grupo" diz Alexandra Fleischmann, especialista da OMS.


O número de denúncias contra o revenge porn quadruplicou em dois anos, esse tipo de crime ocorre com grande frequência no ambiente escolar, com jovens entre 13 e 15 anos. Os exemplos mais comuns são de meninas que tiram fotos ou vídeos íntimos, enviam para o namorado, terminam o relacionamento e, em seguida, o ex compartilha o material com amigos.

De acordo com o site Jus.com , a pornografia de vingança é a maior causa de suicídio entre jovens, especialmente mulheres. “A razão para tal fator ser causador de índices alarmantes, do principal motivo de suicídio entre jovens, em sua maioria mulheres que tiveram sua intimidade, imagem e dignidade ferida por ex parceiros, que, após o termino da relação, não apagaram os arquivos e sim espalharam nas redes sociais, gerando um litígio emocional para as vítimas e suas famílias, sendo desmoralizadas diante a sociedade.”


Pesquisadores ao redor do mundo pedem mais pesquisas sobre o fenômeno do revenge porn. Acredita-se que os danos psicológicos causados às vítimas sejam similares aos causados por agressões físicas, como o estupro. Os altos índices de suicídio entre as vítimas do revenge porn pode estar associado aos danos psicológicos de ter a intimidade exposta e julgada, o que pode configurar “estupro virtual”.


Junto do crescimento dos inúmeros impactos causados nos campos psicológico e social das vítima veio o crescimento de produções cinematográficas abordando o tema. Um exemplo é o filme "Ferrugem", produção brasileira vencedora do prêmio de melhor filme do Festival de Gramado de 2018. O filme conta a história de Tati, uma adolescente que tem um vídeo íntimo vazado nas redes sociais, e das consequências na vida da jovem.



 
 
 

Atualizado: 7 de nov. de 2018


Juntamente com os avanços dos meios de comunicação, o compartilhamento de imagens íntimas resultou no fenômeno da pornografia de vingança. Com isso, há facilidade na divulgação desse tipo de conteúdo. O número de vítimas desse crime quadriplicou em dois anos.  O assunto vem se popularizando, o que contribui para o entendimento dos direitos e deveres nesses casos. Com o apoio às vítimas, elas estão se encorajando cada vez mais, procurando pesquisar e entender sobre esse tema, justamente por essa disseminação de informações e com o auxílio de ONGs e grupos nas próprias redes sociais de apoio às vítimas.


Uma das principais ONGs que têm como missão defender os direitos humanos pela internet é a plataforma Safernet. O site possui programas de Helpline, que faz atendimento psicológico totalmente anônimo e sigiloso, possibilitando a segurança da identidade da vítima na plataforma. Possui um sistema de abas que dá um direcionamento para a vítima e oferece diferentes recursos multimídias como infográficos, áudios e animações, deixando o site mais dinâmico. O site tem o intuito de explicar essas denúncias e de dar um direcionamento a esse tipo de crime, mostrando as penalidades e que o responsável pela divulgação das imagens pode, sim, ser denunciado e responsabilizado.


''A internet não guarda segredos" e "Mantenha sua intimidade off-line". Essas foram as duas campanhas de conscientização lançadas pelo Safernet em 2014. O objetivo era alertar as vítimas sobre o perigo da divulgação dessas imagens. O público alvo eram crianças e adolescentes, tendo em vista que a prática tem começado mais cedo no decorrer dos anos. O crime é classificado como difamação e injúria, segundo o Código Penal.


As vítimas são,na maioria,jovens e mulheres. Algumas delas se uniram e criaram uma página no Facebook chamada Marias da Internet, que também é uma organização não governamental com o intuito de dar apoio psicológico e jurídico a diferentes mulheres vítimas de crimes cibernéticos. Por ser nas redes sociais, o número de pessoas que são atingidas são bem maiores e isso facilita a divulgação desse tipo de ajuda para vítimas.

O Facebook recentemente divulgou medidas para coibir o Reveng Porn, em que ''verificou, por meio de um estudo realizado nos Estados Unidos, que 93% das vítimas de pornografia de vingança sofrem problemas de ordem emocional por conta do ocorrido. Além disso, 82% das vítimas disseram enfrentar prejuízos sociais e profissionais. Esses números mostram quão grave o problema pode ser. Por esse motivo, o Facebook anunciou ainda parcerias com organizações de segurança que combatem o revenge porn e com entidades que oferecem apoio às vítimas dessa prática''.

Com a chegada dos smartphones, hoje em dia, fica cada vez mais fácil para os jovens trocarem esse tipo de mensagem. Em 2013, veio a público um dos mais conhecidos casos de pornografia de vingança no Brasil. O caso ocorrido em Goiânia, em que a vítima chegou a mudar sua aparência, parar de trabalhar e evitar sair de casa, por consequência da divulgação e compartilhamento do seu vídeo íntimo inúmeras vezes. Com isso, deu início a uma petição pública para que fosse criado projeto de lei com punições mais justas para quem divulga as imagens, na intenção de coibir a pornografia de vingança. A vítima do caso teve ajuda de diferentes formas. Criaram uma página no facebook que hoje tem 33 mil curtidas com a intenção de apoiar ela e inúmeras mulheres vítimas dessas postagens ofensivas.










 
 
 
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