A sua exposição é crime
- Manda Nudes
- 12 de set. de 2018
- 3 min de leitura
Atualizado: 7 de nov. de 2018
Juntamente com os avanços dos meios de comunicação, o compartilhamento de imagens íntimas resultou no fenômeno da pornografia de vingança. Com isso, há facilidade na divulgação desse tipo de conteúdo. O número de vítimas desse crime quadriplicou em dois anos. O assunto vem se popularizando, o que contribui para o entendimento dos direitos e deveres nesses casos. Com o apoio às vítimas, elas estão se encorajando cada vez mais, procurando pesquisar e entender sobre esse tema, justamente por essa disseminação de informações e com o auxílio de ONGs e grupos nas próprias redes sociais de apoio às vítimas.
Uma das principais ONGs que têm como missão defender os direitos humanos pela internet é a plataforma Safernet. O site possui programas de Helpline, que faz atendimento psicológico totalmente anônimo e sigiloso, possibilitando a segurança da identidade da vítima na plataforma. Possui um sistema de abas que dá um direcionamento para a vítima e oferece diferentes recursos multimídias como infográficos, áudios e animações, deixando o site mais dinâmico. O site tem o intuito de explicar essas denúncias e de dar um direcionamento a esse tipo de crime, mostrando as penalidades e que o responsável pela divulgação das imagens pode, sim, ser denunciado e responsabilizado.
''A internet não guarda segredos" e "Mantenha sua intimidade off-line". Essas foram as duas campanhas de conscientização lançadas pelo Safernet em 2014. O objetivo era alertar as vítimas sobre o perigo da divulgação dessas imagens. O público alvo eram crianças e adolescentes, tendo em vista que a prática tem começado mais cedo no decorrer dos anos. O crime é classificado como difamação e injúria, segundo o Código Penal.
As vítimas são,na maioria,jovens e mulheres. Algumas delas se uniram e criaram uma página no Facebook chamada Marias da Internet, que também é uma organização não governamental com o intuito de dar apoio psicológico e jurídico a diferentes mulheres vítimas de crimes cibernéticos. Por ser nas redes sociais, o número de pessoas que são atingidas são bem maiores e isso facilita a divulgação desse tipo de ajuda para vítimas.
O Facebook recentemente divulgou medidas para coibir o Reveng Porn, em que ''verificou, por meio de um estudo realizado nos Estados Unidos, que 93% das vítimas de pornografia de vingança sofrem problemas de ordem emocional por conta do ocorrido. Além disso, 82% das vítimas disseram enfrentar prejuízos sociais e profissionais. Esses números mostram quão grave o problema pode ser. Por esse motivo, o Facebook anunciou ainda parcerias com organizações de segurança que combatem o revenge porn e com entidades que oferecem apoio às vítimas dessa prática''.
Com a chegada dos smartphones, hoje em dia, fica cada vez mais fácil para os jovens trocarem esse tipo de mensagem. Em 2013, veio a público um dos mais conhecidos casos de pornografia de vingança no Brasil. O caso ocorrido em Goiânia, em que a vítima chegou a mudar sua aparência, parar de trabalhar e evitar sair de casa, por consequência da divulgação e compartilhamento do seu vídeo íntimo inúmeras vezes. Com isso, deu início a uma petição pública para que fosse criado projeto de lei com punições mais justas para quem divulga as imagens, na intenção de coibir a pornografia de vingança. A vítima do caso teve ajuda de diferentes formas. Criaram uma página no facebook que hoje tem 33 mil curtidas com a intenção de apoiar ela e inúmeras mulheres vítimas dessas postagens ofensivas.
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